sábado, 25 de agosto de 2007

Abduções

Andamos já fartos de ouvir dizer historias que a tia da sobrinha que era parente da enteada do falecido marido que morava ali pra rua que faz esquina com a avenida tinha sido abduzida por seres extraterrestres. E depois vinham sempre dois agentes do FBI para tentar abafar o acontecimento mas eram sempre mal sucedidos porque a TVI já estava no local a recolher imagens e etc e tal. Sim isto é muito bonito mas nunca se tinha passado em grandola até á noite de 24 de Agosto de 2007.
O que vou contar pode ferir susceptibilidades mas "the truth is out there" e o que é verdade é para ser contado.
Entao estava eu a dar a fuga real da feira de grandola depois de umas litradas de cerveja com o sr Eddy Beja e comento assim : "olha lá, esta noite tá mesmo boa para abduções" ao que ele me diz assim "ah vou já a correr porque nao tou preparado para esse tipo de encontros com alienigenas". Despeço-me dele e mando-o ir pela sombra. Ora, já ia a passar pela frente do campo da bola quando vejo uma luz, portanto vertical, que me incandeia os olhos e eu penso logo : "Já estão outra vez os drogados com as coisas deles". Mas quando vejo melhor apercebo-me que aquilo era um OVNI que aparentemente vinha com ela fisgada para me abduzir. Começei logo a ajeitar a tshirt e a tirar o pó dos sapatos (que isto quando nos encontramos com aliens ha que estar arranjado) mas quando dou por mim já o dito OVNI estava a acelerar mesmo na direção do meu amigo Beja ali pros lados do bairro S Joao. Bem e eu fui a minha vida.
No dia seguinte, outra vez na feira, lá estava o Eddy Beja já todo tonto do vinho e ao que ele me diz logo : "Aí man, estive no planeta STANANAN", eu digo logo - WOW, entao sempre foste abduzido como eu estava a prever. - Yah, os gajos levaram-me para dentro da nave e fui ao planeta STANANAN, acordei ali na ribeira todo nu, só de boxers! E escuta, os boxers nem eram meus."
Bem, ele andam aí e um gajo tem que ter cuidado. Deixo apenas um aviso, estes encontros sao como as experiencias de quase-morte: Fujam sempre da luz ao fundo.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

A bengala ucraniana por Zarabatalho

A bengala ucraniana reveste-se de mistério desde que Casimiro IV, um conquistador polaco pôs os olhos na região que hoje se denomina de Ucrânia. Contavam as lendas que um certo dia no meio do inverno ucraniano, um jovem cavaleiro chamado Kroniek, a meio do seu caminho para efectuar uma entrega urgente por parte da princesa local, teve que parar a sua montada pois estava aflito por aliviar a bexiga. Embrenhou-se na floresta e quando estava prestes a "arrear o calhau" é interrompido por uma voz que lhe diz : "Usa o teu poder e com a serra divina oferecida pelos deuses Lituaneses corta-me ás fatias". Por breves instantes, o cavaleiro pensou ser o efeito dos cogumelos que comeu ao almoço, mas cedo se apercebeu que a árvore mais alta da floresta estava realmente a falar com ele. Acabou por se urinar nas calças enquanto ouviu da árvore historias de sonho e de fantasia. Rapidamente percebeu que o destino do mundo estava nas suas mãos, lembrou-se imediatamente que tinha comprada uma serra divina a um cigano de Budapeste, restava agora saber se essa serra era Lituanesa!Por sorte, era. Com a fúria de um tornado de uma tarde quente, o jovem Kroniek serrou a árvore ao meio e com a madeira do tronco fabricou, em pouco mais que umas 5 horas, uma bengala . A bengala Ucraniana. Quando se apoiou na bengala algo fantástico aconteceu. Kroniek voou. Voou em direcção ao sol e nunca mais voltou.
Muitos velhos sábios dessa altura diziam que Kroniek salvou o mundo, e como podemos confirmar passados 500 anos, o mundo ainda está a salvo. No entanto, Casimiro IV, viveu obcecado com a lenda da bengala Ucraniana e toda a sua vida a perseguiu.Velho e senil acabou por mandar serrar toda a floresta da região e ordenou que se fizesse uma bengala de cada árvore abatida. Nenhuma bengala o levou até ao sol. Foi inclusivamente morto por uma lasca de madeira que se enfiou num dedo e depois infectou.

Historias á parte, o que é certo é que a bengala ucraniana ainda faz parte da nossa cultura europeia. Não é por acaso que alguns idosos com uma restia de esperança queiram uma bengala para se apoiar. Talvez essa bengala os leve ao sol. Talvez o sol esteja nos corações dos puros. Talvez Kroniek seja fruto da imaginação fértil e deturpada pela droga de um qualquer louco perdido nas estepes Ucranianas. Mas enquanto houver uma árvore de pé, a bengala ainda pode existir. Algures... E assim contou Zarabatalho