terça-feira, 2 de outubro de 2007

O Hitler roubou o meu cinto.

Não tenho cinto. mas isto não foi sempre assim. De facto até ontem eu tinha cinto suficiente para apertar as minhas calças. Isto é, até que um ladrão de cintos sem coração virou o meu mundo ao contrário.
Eu sou bastante alto e a minha cintura não é procporcional ao tamanho das pernas, portanto é impossivel encontrar calças que me sirvam, portanto vejo-me obrigado a comprar calças maiores e uso um cinto para as apertar na minha pequena cintura. Este plano resultou desde o secundário, e nunca houve problema, até aquele fatidico dia...

O dia começou perfeito. Acordei com um sorriso na cara e com uma energia extra pois vi que eram 9 da manha. Eu raramente acordo cedo, mas como tive uma noite inteira de descanço, foi uma agradavel surpresa saber que tinha tempo livre para cumprir algumas tarefas em casa. Arrastei-me da cama com um sorriso sabendo do tempo livre que poderia passar com a minha familia. Um pouco apressadamente puxei a minha roupa do cabide e vesti-me já pensado no que ia fazer nesta manha de outono com a minha mulher e filhos.
Calçei umas meias novas em folha e o meu corpo aqueceu com a suavidade do algodão que acariciava os meus dedos. O meu cerebro vibrou de excitação enquanto eu pensava no que podia fazer. Ir ao parque, jogar a bola.. Estiquei o meu braço para apanhar o cinto enquanto planeava. Podia ir andar de bicicleta, ou....
De repente, os meus pensamentos desvaneceram-se quando senti o tampo frio da minha comoda.
O meu coração parou e fechei os olhos em antecipação de encontrar o que eu já sabia ser verdade. Lentamente, virei a cabeça para o sitio onde estava a minha mão e com um pequeno suspiro abri os olhos. O meu cinto tinha desaparecido.
"NAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!"
A porta abriu-se e a minha mulher em panico inrompeu no quarto.
"O quê? Que se passa?"
"Querida, sai do quarto. Está tudo bem." disse eu metendo-me em frente da comoda impedindo que ela desse pela falta do cinto.
"Que se passa João? Que estás a esconder?"
"Nada! Vai para o outro quarto. Eu trato de tudo. Não precisas de te preocupar. É importante que fiques calma para nao assustar os miudos. Por favor, vai para o outro quarto"
Pude ver que ela estava a aficar perturbada, mas pelo menos não sabia dos detalhes deste crime horroroso. Enquanto ela saia lentamente eu perguntei calmamente.
"Já agora" disse "Viste o meu cinto?"
"Sim, está atrás de ti, na comoda." Disse ela enquanto fechava a porta do quarto.
Porra, Isto confirmou os meus medos mais profundos. Alguem roubou o meu cinto. Rapidamente, eu examinei o quarto. Aparentemente nada mais tinha sido roubado. Alguem entrou na nossa casa enquanto dormiamos e tirou aquilo que eu mais uso. Quem pode ter cometido tal crime a sanfgue frio? Uma coisa é certa, quem o fez com certeza é um homem de grande maldade e estava a atingir onde eu era mais vulneravel.
Quem poderia fazer tal atrocidade? Quem se daria a tanto trabalho para torturar um homem sem causa ou provocação? Quem teria os meios para conseguir um crime de tais proporções mesmo debaixo dos nossos bigodes sem que reparemos? Bem, entao lembrei-me. So podia ser um homem, um homem de coração gelado, e com a a alma mais negra que os olhos do lobo malhado. Um homem com o tempo, a sabedoria e os recursos para conseguir atingir-me com tal precisão. Um homem cujo nome significa o mal :

Adolph Hitler.

Rapidamente, peguei no telefone e marquei o 112. Uma simpatica mulher atendeu-me e eu começei a dar toda a informação. "Eu não tenho muito tempo. Ouiça bem. Houve um assalto á minha casa e eu receio que a minha familia corra perigo. Preciso de um policia aqui ( * )imediatamente. Tenho de ir. Por favor venham depressa"
Com isto, eu desliguei e corri para a sala onde a minha mulher e os meus dois filhos viam televisão.
"Querida, não temos muito tempo. Levas os miudos para a casa da tua mãe. Estarão a salvo lá"
"que se passa joão? estas a assustar-me"
"Não ha muito tempo para explicar! Vai já!"
Nervosa, ela agarrou nas chaves e pegou nos rapazes. O medo reflectiu-se na sua cara quando se virou. Olhei-a nos olhos, pois esta podia ser a ultima vez que a podia ver. Tentei impedir a lagrima mas ela mesmo assim reparou.
"Amo-te" Disse eu tentando disfarçar o terror. "tambem te amo"
Mal ela abriu a porta para sair, dois policias bateram violentamente na porta. Ela olhou-me assustada. Eu disse que eles estavam cá para nos ajudar. Ela recua e os dois homens entram em casa.
"Alguem chamou por causa de um assalto?" disse um deles. A cara dela congelou
"Oh joão, não me digas que foste capaz?!"
"Sim, fui eu que telefonei" Disse eu aos agentes. "Chamei. O Hitler roubou o meu cinto."
"Porra John" disse a minha mulher "O Hitler não roubou o teu cinto!"
"Então onde está ele? Responde-me a isso!"
"Ele está a falar a sério?" Perguntou um policia.
"Receio que sim" Respondeu ela. "Lamento imenso srs. Ele fica assim enquanto não beber o seu café da manha. "
"Ah eu lembro-me de si." Disse o outro policia "Foi você que pensava que Estalinetinha-lhe gastado o seu papel higienico"
"Não" Repliquei. "Foi o Napoleão. E eu já pedi desculpa por isso. Por favor podem fazer o vosso trabalho? tirar impressões digitais por exemplo?"
"joão, eles não vão tirar impressoes digitais no nosso quarto. O Hitler não assltou a nossa casa e roubou o teu cinto. Apenas o perdeste nalgum lado outra vez"
"Sim. Foi isso que disseste quando o Tony Carreira fumou os meus cigarros todos, mas provou ser errado não foi?
"Não João, fumaste os cigarros todos e culpaste o Tony Carreira para eu nao te chatear por fumares demais"
Os policias trocaram olhares não acreditando no que se passava
"então houve um assalto ou não?"
"Sim" Disse eu "Esta casa foi alvo de um crime de proporção Hitlerianas"
"Não, não foi João. Por favor pára com isso. Estes Srs têm coisas mais importantes para fazer do que ficar aqui a ouvir estes disparates"
"não posso acreditar" disse eu "O adolph Hitler esteve na nossa casa, tirando os nossos pertences e isso nem te incomoda. E se ele tivesse levado o teu cachecol azul? A historia seria outra não era?" Então um pensamento perturbador ocorreu-me. "Ah já percebi, tens um complô com o Hitler não é! Estão os dois a tentar torturar-me até á morte! Primeiro ajuda-lo a roubar-me o controlo da tv, depois seguem para a coisa que mais me atinge : o meu cinto! Senhores agentes, prendam esta mulher!"
"Sr, preciso que fique calmo"
"Calmo uma merda! A minha mulher e Hitler estão conspirando contra mim e diz-me para ficar calmo? Está tambem metido nisto? Talvez deveria ser eu a tirar impressões... de pelos do bigode do hitler no meu quarto!"
os policias começaram-se a aproximar com cautela de mim.
"Vá, acalme-se. Estamos aqui para ajudar. Vamos tirar um depoimento seu, ok?"
"Não vão, não! Vão-me prender! Acham que sou maluco! Bem, eu já vos mostro quem é o maluco! Vou deter Hitler sozinho. Não preciso da vossa ajuda"
Com isto os policias atiraram-se a mim, mas eu fui mais rapido. Se era para parar Hitler, sabia que precisava de fugir antes que me prendessem. Com os meus reflexos de gato saltei para o meu tapete magico em frente da tv e disse as minhas despedidas. "Adeusinho paspalhos! Ali-go-oop"
Oh não! Algo estava errado com o meu tapete magico. Ficou ali como se de um tapete vulgar tratasse. E apercebi-me que todo o seu poder se tinha gasto quando escapei ao Al Capone na semana passada. Tentei correr mas os policias eram rapidos demais para mim. Antes que soubesse já estava na assento de trás do carro patrulha direito ao quartel.

Estou a escrever isto no computador que roubei enquanto espero pelo psiquiatra. Já todos nos sabemos para quem ele trabalha. Estou destinado a enfrentar todos os nazis sozinho, tal como os americanos na 2ª grande guera mundial. Reparei que esta tecla de SHIFT não funciona muito bem, boa tentativa Mein Fuhrer. Eu não serei calado tão facilmente.

Se sabe do paradeiro de Adolph Hitler, por favor diga-lhe que eu nao tenciono apresentar queixa contra ele. Eu só quero o meu cinto de volta. Não haverá problema, ele que devolva o cinto e eu perdoo-o. Tenho de sair agora, ouiço alguem chegar.



Aqui está um relato do nosso amigo João, que não quis revelar o seu nome verdadeiro, deixo apenas este texto para lembrar que todos corremos o perigo de isto nos acontecer. Textos originais de John Cheese

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu nao te quis contar p nao te assutar, mas ontem passou aqui o Mau Tse Tung e perguntou por ti...

Anônimo disse...

centralized woissues pristine homoeopathic without regional worst borders janice joshi calculus
semelokertes marchimundui